Opinião

Competir + e valorizar o trabalho

COMPETIR + O Governo dos Açores apresentou recentemente uma nova geração de sistemas de incentivos, denominada COMPETIR +. Este novo sistema apresenta uma intervenção mais vasta do que os incentivos dos quadros anteriores. A aposta forte no setor agroalimentar, no turismo e na economia do Mar, considerando-se, ainda, outras vertentes como a da indústria transformadora, a importância da economia digital e da logística demonstram a análise correcta sobre o que éramos, o que evoluímos e para onde devemos ir, numa lógica de planeamento de médio prazo que nunca pode ser descurada. Estão assim criadas as bases para um novo conjunto de instrumentos de valorização económica e de promoção de emprego que, associados ao novo quadro comunitário e respectivo programa operacional 2014-2020, se constituem como elemento central para um novo ciclo de desenvolvimento económico e social dos Açores. Os tempos são difíceis, as dificuldades são imensas, mas não há tempos para desânimos, faltas de coragem ou estados depressivos. Temos de continuar a trabalhar, cada vez mais, para ultrapassar as dificuldades e o novo Competir + é um bom contributo para isso. VALORIZAR O TRABALHO – Assinalámos mais um 1º de Maio, Dia do Trabalhador, mas os momentos são de muitas preocupações e de poucos festejos. As agendas mediáticas e politico-partidárias discutem muitas vezes o emprego, o número de inscritos nas agências de emprego e as flutuações com os períodos homólogos. Mas, por vezes, esquecemo-nos de reflectir sobre outras questões tão ou mais importantes, como o valor social do trabalho e a enorme desvalorização a que tem estado sujeito. Hoje, a crise serve de desculpa para tudo. Quem está numa situação difícil, aceita trabalho, mesmo em condições pouco aceitáveis. A desvalorização da dimensão do trabalho é uma evidência, por toda a Europa. Só poderemos contrariar essa tendência negativa com mais e melhor qualificação e aposta em novas áreas, dotando os jovens açorianos de melhor capacidade de empregabilidade. Fizemos um longo e importante caminho. Temos quase duas dezenas de escolas profissionais, frequentadas por mais de 22 mil jovens, tivemos cerca de 15 mil jovens a frequentar os programas de estágio da Região, temos milhares de jovens no ensino superior, e temos de garantir que esses jovens ficam nos Açores pondo em práctica, aqui, o que aprenderam e as suas competências. Assim, só através de um compromisso de concertação social com poder político, parceiros económicos e sociais, empregadores e movimentos sindicais é que poderemos entrar num ciclo diferente, de valorização do trabalho, contrariando a negativa tendência dominante. E nesse âmbito, ao nível da planificação, definição de prioridades e promoção de diálogo alargado, o Governo dos Açores tem tido um desempenho irrepreensível, em contraste absoluto com o que se passa no resto do País. Apesar do imediatismo de que padece a sociedade contemporânea, com essa valorização, ganharão todos no médio prazo.